O mercado brasileiro de delivery acaba de ganhar um novo competidor. A Keeta, marca internacional do grupo chinês Meituan, chegou ao Brasil apostando em uma estratégia diferente: começar pelas cidades do litoral paulista antes de partir para as grandes capitais. É uma entrada que promete movimentar o setor e trazer mais opções tanto para quem pede quanto para quem vende.

Como a Keeta chegou ao Brasil
A Keeta escolheu Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, para sua estreia brasileira com uma grande ativação de marca. A estratégia faz sentido: são cidades com boa densidade de restaurantes, fluxo turístico constante e um tamanho que permite testar e ajustar as operações antes de escalar para mercados maiores.
Uma das ações que mais chamou atenção foi a instalação de uma réplica inflável gigante de bag de entregador na praia de Santos.
A peça, produzida pela RVB Balões e Infláveis Promocionais—empresa referência nacional nesse tipo de material promocional—, virou ponto de foto para turistas e gerou bastante compartilhamento nas redes sociais. A escolha não foi por acaso: infláveis de grande porte têm alta visibilidade, geram curiosidade natural e criam uma ponte visual entre a marca física e o app digital através de QR codes e ofertas no local.
Esse tipo de ativação mostra que, mesmo sendo um negócio digital, o delivery ainda se beneficia muito de presença física marcante. Especialmente em lançamentos regionais, onde estar visível nos lugares certos pode ser mais eficiente do que apenas anúncios online.
A réplica inflável gigante de bag, produzida pela RVB Balões — referência nacional em infláveis promocionais, virou ponto de foto para
turistas e gerou grande repercussão nas redes. Veja como foi o processo completo neste case de sucesso da RVB
O que a Keeta oferece
A proposta da Keeta no Brasil segue o modelo que já funciona em outros países: conectar consumidores, restaurantes e entregadores em uma plataforma que promete ser competitiva em preços e eficiente nas entregas. Como todo novo player entrando em um mercado maduro, a empresa está apostando em promoções de entrada para conquistar os primeiros usuários.
Para consumidores, a chegada de um novo app significa mais opções de escolha e, pelo menos no início, ofertas atraentes para testar o serviço. Para restaurantes, representa uma alternativa a mais de canal de vendas e uma possível ferramenta de negociação com as plataformas já estabelecidas. E para entregadores, mais uma opção de trabalho e renda.

A grande questão, claro, é como a empresa vai se sustentar depois que as promoções iniciais acabarem. É aí que entra a experiência de fazer parte de um dos maiores grupos de tecnologia da China, com operações em diversos países e conhecimento acumulado sobre como adaptar o modelo para diferentes mercados.
Por que a Keeta escolheu começar no litoral
Começar por cidades menores antes de atacar São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais não é falta de ambição—é estratégia testada. Cidades turísticas como Santos oferecem algumas vantagens importantes:
Aprendizado mais rápido: Em áreas menores, é mais fácil identificar o que funciona e o que precisa ser ajustado, seja em logística, comunicação ou incentivos.
Público receptivo: Turistas e moradores de cidades litorâneas tendem a estar mais abertos a experimentar novidades, especialmente durante a temporada de verão.
Custo controlado: Testar em uma região específica permite investir de forma mais eficiente antes de escalar para mercados que demandam muito mais recursos.
Mídia orgânica: O fluxo de visitantes gera compartilhamento natural nas redes sociais, ampliando o alcance sem necessidade de grandes investimentos em publicidade paga.
Keeta vs iFood: o que muda no mercado
É inevitável comparar. O iFood domina o mercado brasileiro de delivery há anos, com presença consolidada em todo o país e uma base de usuários que já está habituada ao aplicativo. A entrada da Keeta traz uma dinâmica nova justamente por representar um competidor com recursos significativos e experiência internacional.
Não se trata apenas de “mais um app de delivery”. O grupo Meituan é gigante no mercado asiático e tem capacidade financeira para investir no longo prazo. Isso significa que a Keeta tem fôlego para ir além das promoções iniciais e construir uma operação sustentável no Brasil.
Para consumidores, a competição tende a ser benéfica. Historicamente, quando há disputa real no mercado, todos se esforçam mais: os serviços melhoram, os preços ficam mais competitivos e surgem novidades. Para restaurantes, significa mais poder de negociação e alternativas de canal. E para o mercado como um todo, é um incentivo para que todo mundo evolua.

A entrada de um player global com experiência em múltiplos países costuma pressionar o padrão de serviço do setor inteiro, beneficiando todos os envolvidos.
O papel do marketing físico na estratégia da Keeta
Uma coisa interessante sobre o lançamento da Keeta é como a empresa equilibra presença digital e física. Apesar de ser um aplicativo, a estratégia no litoral incluiu elementos muito tangíveis: o inflável gigante na praia, uniformes destacados dos entregadores, materiais em pontos estratégicos da cidade.
Isso acontece porque, por mais digital que seja o negócio, a decisão de baixar e testar um app novo ainda acontece muito no mundo físico. Você está andando pela rua, vê algo que chama atenção, sente curiosidade, puxa o celular e testa. Ou conversa com um amigo que já usou e recomenda. Ou vê o entregador passar e lembra que existe aquela opção.
A RVB Balões, que produziu o inflável da Keeta, trabalha exatamente nesse espaço: criar elementos físicos de grande impacto que funcionam como ponte para o digital. E funciona porque:
- Chama atenção de longe e desperta curiosidade
- Gera conteúdo orgânico quando as pessoas fotografam e compartilham
- Facilita a primeira ação com QR codes e ofertas claras
- Fica na memória de forma mais marcante que um banner digital
Keeta e a expansão pelo Brasil
A grande pergunta agora é: para onde a Keeta vai depois do litoral? Embora a empresa não tenha divulgado um cronograma oficial, o padrão observado em outros mercados sugere uma expansão progressiva: primeiro consolidar a base no litoral, depois expandir para cidades próximas e, eventualmente, partir para as grandes capitais.
São Paulo capital, naturalmente, é o maior prêmio. É o mercado mais competitivo, mas também o de maior volume. Uma entrada bem-sucedida lá define o potencial da Keeta no Brasil. Outras capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba também devem entrar no radar em algum momento.
O timing vai depender de como as coisas funcionam nas primeiras cidades. Se a operação rodar bem, a taxa de retenção de usuários for boa e os restaurantes estiverem satisfeitos, a expansão pode ser rápida. Se houver necessidade de ajustes, o processo pode ser mais gradual.
Vale a pena usar a Keeta?
Se você está em Santos, São Vicente ou em alguma das próximas cidades onde a Keeta vai chegar, vale a pena baixar e testar. O período inicial de lançamento costuma ter as melhores ofertas, então é uma boa oportunidade para conhecer o serviço gastando pouco.
Para restaurantes que estão nas regiões de atuação da Keeta, considerar um cadastro faz sentido especialmente se:
- Você quer diversificar os canais de venda
- Está buscando melhorar condições de negociação com outras plataformas
- Tem capacidade operacional para gerenciar pedidos de múltiplos apps
- Quer testar um parceiro novo enquanto as condições de entrada estão favoráveis

O ideal é não depender de uma única plataforma. Ter presença em múltiplos apps aumenta a visibilidade e dá mais flexibilidade para negociar.
O futuro da Keeta no mercado brasileiro
É difícil prever exatamente como as coisas vão evoluir, mas alguns cenários são possíveis. A Keeta pode conquistar uma fatia relevante do mercado e se estabelecer como terceira força no delivery brasileiro. Pode focar em nichos específicos ou regiões onde consiga ser mais competitiva. Ou pode até pressionar tanto o mercado que force movimentos maiores, como consolidações ou parcerias estratégicas.
O que parece claro é que a empresa veio com uma estratégia pensada e recursos para executá-la. O grupo Meituan não é novato em competir em mercados difíceis—na China, enfrentou concorrência pesada e construiu um dos maiores negócios de delivery do mundo. Essa experiência conta.
Para consumidores e restaurantes, o mais importante é que existe competição real acontecendo. E competição geralmente significa serviços melhores, preços mais justos e inovações que beneficiam todo mundo. O mercado brasileiro de delivery estava relativamente estável nos últimos anos—a Keeta traz um novo capítulo para essa história.
Conclusão: acompanhe a trajetória da Keeta
A chegada da Keeta ao Brasil é mais do que só um novo app de delivery. É a entrada de um player global com recursos e experiência, usando uma estratégia de lançamento regional que prioriza aprendizado e adaptação local antes de escalar.
A escolha de começar pelo litoral paulista, o uso inteligente de marketing de guerrilha como o inflável gigante produzido pela RVB Balões, e o timing da entrada mostram planejamento cuidadoso. Agora, o desafio é transformar curiosidade inicial em uso recorrente e construir um negócio sustentável no mercado brasileiro.
Para quem está no mercado de delivery—seja como consumidor, restaurante, entregador ou observador—, vale acompanhar os próximos meses. A movimentação promete ser interessante, e os desdobramentos vão dizer muito sobre o futuro do setor no Brasil.


